Depois de uma batalha contra alienígenas, Jack e sua mulher são os poucos habitantes da Terra, já que os sobreviventes se mudaram para outro planeta. Porém, tudo muda quando ele encontra um movimento rebelde e também uma sobrevivente de um ônibus espacial.
10/04/2013
Uma vez que as ficções científicas pós-apocalípticas partem de um mesmo princípio, é no conteúdo que elas se diferenciam e se resolvem. Oblivion, novo filme com Tom Cruise, prima pelo visual, mas não sabe direito onde e como quer chegar. A trama, assinada pelo diretor, Joseph Kosinski, e outros dois roteiristas, coloca o astro como um dos poucos sobreviventes de uma Terra devastada depois de uma guerra contra alienígenas.
“Ganhamos a guerra, mas destruímos o planeta”, diz Jack (Cruise) mais de uma vez. Como fazem todos os diretores/roteiristas incapazes de explicar a trama e o cenário por meio da ação ou diálogos, Kosinski se vale de longas narrações, que padecem de excesso de informação e, no fundo, mais atrapalham do que ajudam. Jack é um técnico que conserta os drones, esferas mortíferas programadas para detectar e exterminar extraterrestres e terráqueos perigosos.
Identificado como “número 49”, Jack vive numa casa futurista, numa plataforma no meio do nada, com sua mulher Vica (Andrea Riseborough). Logo alguns detalhes começam a desestabilizar a eficiência da dupla, que se reporta diariamente aos seus superiores através de uma tela. Num momento que remete ao clássico Fahenreit 451, o técnico pega para si um livro nas ruínas de uma biblioteca destruída. Mais tarde, quando encontra humanos dentro de receptáculos, depois da queda de uma aeronave, ele resolve salvar a única sobrevivente, Julia (Olga Kurylenko). Leva-a para casa, e não conta nada para os seus superiores – apesar do ciúme de sua mulher.
Se em alguns momentos Oblivion faz lembrar uma espécie de versão menos fofa da animação Wall-e, em outros, também lembra Planeta dos Macacos. Mas Kosinski, cujo currículo inclui Tron, O Legado, não é diretor de muita especulação,e sim de correrias, tiros e explosões. A subtrama dos rebeldes – liderados por Morgan Freeman - e da pirâmide invertida que flutua no céu – uma nova esperança, uma nova moradia, uma espécie de deus – não parece muito bem resolvida na trama. Como de costume, tudo se encaixa no sentido de fazer Cruise triunfar como herói, também no sentido romântico, ainda que o enredo, neste aspecto, mostre-se um tanto pueril.
Em tempo: o título original do longa, Oblivion, traduz-se como “Esquecimento” – talvez o melhor motivo para a empresa distribuidora no Brasil não o traduzir tenha a ver com a tentativa de impedir piadas prontas.
Alysson Oliveira