Dirigido por Marcelo Brennand, o documentário acompanha três meses da campanha política municipal na pequena Gravatá, no interior de Pernambuco. O filme mostra que os jogos políticos, guardadas as devidas proporções, operam da mesma forma nas pequenas cidades e no país inteiro.
29/11/2011
O documentário Porta a Porta – A política em dois tempos pode ser visto como uma metonímia do processo eleitoral do país, tendo uma pequena cidade do interior do Brasil servindo de amostragem para todo o país. Claro que não dá dizer que tudo acontece exatamente da mesma forma em todos os cantos . Mas há algumas coisas –especialmente os jogos eleitoreiros- que se repetem de maneira peculiar.
O diretor Marcelo Brennand e sua equipe foram à pequena Gravatá e acompanharam 90 dias de campanha eleitoral – que mobilizou a cidade entre os azuis (partido do atual prefeito) e os vermelhos (partido da oposição). Com eles, vêm vereadores e, os mais interessantes do filme, os cabos eleitorais.
O documentário acompanha dezenas de personagens ao longo desse processo, os altos e baixos, a conversa de porta em porta tentando ganhar votos. Nada muito diferente do que se vê em qualquer cidade em época de eleição. O diretor foi muito feliz em escolher Gravatá que fica agitada e bastante dividida durante os 90 dias acompanhados pela equipe. O filme também mostra o período pós-eleições, quando volta a calmaria e muita gente fica desempregada depois de trabalhar como cabo eleitoral por alguns meses.
Em alguns momentos, o filme parece que vai derrapar para algum encantamento pelos seus personagens, mas Brennand consegue, na maior parte do tempo, se conter e fazer um retrato bastante humano daquilo que envolve o jogo político.
Alysson Oliveira