Bonfim é bancário e praticante do candomblé. Sua mulher é evangélica e, por isso, sempre têm discussões. Quando ele recebe a tarefa de montar um terreiro ecológico, sua vida irá mudar – inclusive por conta de sua bissexualidade.
24/11/2011
Jardim das folhas sagradas é um longa cheio de boas intenções – cada uma no seu devido lugar. A mais evidente é de mostrar que o candomblé é uma religião do bem – que não recruta seguidores, não toma dinheiro, nem faz mal a ninguém. O diretor e roteirista baiano Pola Ribeiro reitera o mesmo discurso dezenas de vezes, exaltando, principalmente, a relação da religião com a natureza.
Bonfim (Antonio Godi) é funcionário de um banco, bissexual, negro e casado com uma evangélica que tenta levá-lo a um culto na sua igreja, pois acredita que o marido está entregue ao demônio. O protagonista, porém, tem um projeto de construir um terreiro ecológico.
Com seu grupo sai em busca de cumprir a missão. Surgem, então, no filme explicações sobre ecologia, religiões afro-brasileiras e um excesso de simbologias. Uma conversa num bar (!) tenta ser esclarecedora – mostrando as relações entre candomblé e ecologia. “A folha é o seu sacerdócio”, diz uma personagem para Bonfim.
Os personagens de Jardim das folhas sagradas clamam por respeito – pela sua religião, suas escolhas (sexuais e na vida). O filme mostra que eles o merecem mas, às vezes, abusa da boa vontade de seu público exagerando na dose de mensagem e lições dos diálogos.
Alysson Oliveira