Charlie nunca conseguiu superar a morte de seu irmão. Tanto que trabalha no cemitério onde o corpo do garoto está enterrado. Todas as noites, os dois se encontram para conversar. Quando Charlie conhece uma garota, ele terá de fazer uma escolha.
10/01/2011
Embora seja baseado em um bem-sucedido best-seller homônimo do escritor americano Ben Sherwood, dirigido por Burr Steers (do ácido
A Estranha Família de Igby) e roteirizado por Craig Pearce e Lewis Colick,
A Morte e Vida de Charlie aposta todas as suas fichas no jovem ator Zac Efron.
Reverenciado por adolescentes desde os tempos em que protagonizava a franquia musical
High School Musical, Efron, hoje com 22 anos,
quer provar com esta produção que está preparado para enfrentar desafios dramáticos de adulto. Daí ter dispensado o papel do remake de
Footlose para interpretar o tal Charlie.
E se o ator queria drama, a adaptação do romance de Steers o traz em abundância. A trama concentra-se na amizade entre os irmãos Charlie (Efron) e o mais novo Sam (Charlie Tahan, de
Noites de Tormenta), com cerca de oito anos. Como a mãe (participação especial de Kim Basinger, de
Los Angeles – Cidade Proibida) é bastante ausente, os irmãos passam muito tempo juntos com um forte laço fraterno.
Logo no início, no entanto, ambos sofrem um acidente de carro, que vitima o pequeno Sam, deixando o irmão desamparado. Porém, devido a uma promessa, Sam volta todos os dias para encontrar-se com Charlie. E graças a esse vínculo com o lado de lá, o protagonista descobre que consegue falar com espíritos.
Antes um estudante brilhante, esportista vencedor e objeto de desejo de suas colegas de classe, Charlie passa a ser um recluso e trabalhar no cemitério, onde se encontra secretamente com o irmão morto. Mas, quando a jovem Tess Carroll (Amanda Crew, de
Evocando Espíritos) aparece em cena, o personagem deverá decidir entre sua promessa e um novo amor.
Com participação especial de Ray Liotta (de
Território Restrito), como paramédico que salva a vida de Charlie e depois será importante para dar sentido a ela, a produção mostra um Efron mais maduro, mas ainda irregular nos momentos mais tensos e emocionantes do filme. Além disso, em muitas cenas de romance, o jovem ator mostra-se praticamente inexpressivo.
O filme traz ainda alguns enigmas provenientes da liberdade poética conferida aos roteiristas. Muitas se referem à relação de Charlie e Tess, que não podem ser discutidas aqui para não estragar o prazer dos espectadores, principalmente sobre o desfecho. Outro questionamento é a relação do protagonista com o “outro lado” - ele consegue apenas se comunicar com as pessoas que amava no mundo real?
No fim, A Morte e Vida de Charlie é um drama juvenil com fundo fantástico, que a presença de Zac Efron transforma mais num projeto pessoal do ator – de mudar sua imagem --, do que numa produção que reflita a sua competente equipe técnica.
Rodrigo Zavala